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Sempre chega a hora da solidão Sempre chega a hora de arrumar o armário Sempre chega a hora do poeta a plêiade Sempre chega a hora em que o camelo tem sede O tempo passa e engraxa a gastura do sapato Na pressa a gente nem nota que a lua muda de formato Pessoas passam por mim pra pegar o metrô Confundo a vida ser um longa-metragem O diretor segue seu destino de cortar as cenas E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos E já não vai mais ao cinema... Tudo passa e eu ainda ando pensando em você... Tudo passa e eu ainda ando pensando em você... Penso quando você partiu, assim sem olhar pra trás Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais Os carros na minha frente vão indo, e eu nunca sei pra onde Será que é lá que você se esconde? Tudo passa e eu ainda ando pensando em você... Tudo passa e eu ainda ando pensando em você... A idade aponta na falha dos cabelos Outro mês aponta na folha do calendário As senhoras vão mudando o vestuário As meninas viram a página do diário O tempo faz tudo valer a pena E nem o erro é desperdício Tudo cresce E o início deixa de ser início E vai chegando ao meio Aí, começo a pensar que nada tem fim... Que nada tem fim! |